quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Vem saudade,pode vir. (Come nostalgia may come)


Pessoas que você ama se vão. Nem sempre se vão apenas à morte, a certeza mais concreta da vida, se vão ao tempo. Nos finais das etapas e de histórias, não importa realmente como,apenas sabemos que se vão,prometem voltar, escrever, ligar, mas tudo acaba se perdendo, até as mais puras promessas se tornam vis com o passar do tempo. Oh tempo! Inimigo mais forte do homem, que nos acaba aos poucos mesmo quando achamos que nos fazes bem.

A cada nova vez, o que amamos segue novas estradas que insistem em não mais cruzar com as nossas. “Passa o tempo, tempo passa”, e com ele vem a saudade o amor platônico do tempo, que por falta de espaço é jogada para nós, e trás consigo o familiar nó na garganta, o aperto no peito. E logo a dor se instala, vindo com mais intensidade em cada frustrante tentativa de afastá-la.

Mas há um lado bom na dor que nos persegue e nos domina, se é que podemos chamá-lo de lado bom, a dor da saudade é a falta do que já existiu, a dor é a certeza de que um dia foi real. A dor ás vezes nos trás cheiros, sabores, toques e desamores, nos faz até reviver por milésimos de segundos aquele momento de felicidade no dia de chuva, naquele domingo a noite...

A saudade, é como uma ferida radioativa, nunca sara, e nunca para de doer, apenas se adapta ao seu corpo, a sua alma. Alguma delas vão praticamente se recuperando,quando o tempo por misericórdia nos trás alguém de volta,alguém que um dia mandamos ir, por pura hostilidade, apenas mais uma tentativa de esconder o que tanto nos deixa vulneráveis, os nossos sentimentos.

E possa ser que em um dia mais tranqüilo, ou em noites mais turbulentas, o frio da espinha o atinja, e uma dorzinha familiar o desperte,prepare-se: é a saudade que acabou de chegar. Então não fuja dela, e não ache que jogando antigas recordações fora fará com que ela seja menos intensa. Existem lembranças as quais ainda não podemos exonerar, porque ainda continuam aqui do lado de dentro.



Maria.

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