domingo, 30 de janeiro de 2011

Não é mais um amor de verão[It is no longer a summer love] {Il n'est plus un amour d'été}


O sol estava literalmente a pino, eu queria de verdade ir para casa. Mas como nada é assim tão fácil e as minhas amigas ainda queriam tostar na praia, tive que agüentar o queimar quase insuportável na minha pele. Resolvi sentar a sombra da barraca, olhei para o mar, ele me dá calma. Comecei a me lembrar das coisas passadas, comecei a me lembrar dele...

Nunca entendi realmente o porquê de não termos dado certo, tentamos tantas vezes. Ele sempre disse que eu brinquei com os sentimentos dele, que nunca dei valor, nunca me decidi. Mas como eu poderia me decidir se ele nunca me deu certeza de seus sentimentos? Como eu poderia dizer tranqüilamente e sem peso algum, palavras que me deixariam tão vulnerável á alguém que já havia me magoado?  

Eu prefiro dizer:      - Gosto de você. Tão atenta estava aos meus pensamentos, que demorei a perceber a presença dele ao meu lado. Todos riam menos eu, e ele. Olhávamos como se há muito tempo não nos víssemos. Pediu-me para da uma volta, eu fui, mesmo tendo dúvidas do que iria acontecer nessa caminhada.
Alguns minutos depois ele disse:

 “Como vão as coisas?” Mesmo sempre rebobinando a sua voz na minha cabeça, ouvi-la tão próxima me causou alguns arrepios.

 “Tudo bem, como sempre.”     Respondi de imediato, sem me preocupar muito com o tom indiferente que minha voz sairia, não era essa pergunta que eu queria ouvir dele. E quanto menos interessada em um diálogo normal, eu estivesse, mais rápido ele perguntaria o que eu queria ouvir. Acho que ele entendeu rápido, e quando estávamos distantes o suficientes da algazarra ele me segurou abruptamente e disse as palavras mais inesperadas:

“O que houve com a gente?” O que? Ele não me perguntou isso. Tive vontade de responder.
“Eu não sei, nunca tivemos certeza de nada... você nunca me deu certeza de nada.”     

“Eu dei sim, você que nunca prestou atenção nisso.” Sem tomar receio, não reclamei quando sua mão tomou a minha, e tentei ignorar as ondas de eletricidade que o seu toque nela me causava. Continuamos a caminhar como se nada mais importasse, a não ser o destino que deveríamos seguir. Esse eu ainda não sei qual é.

“Acho que eu sempre tive medo de seguir com você.” Falei porque tinha que falar tava na hora de colocar para fora tudo o que eu guardei. Ele não me olhou apenas silenciou, como que pedisse para que eu continuasse. E continuei.

“Nunca me sinto tão confusa, tão perdida, quando eu estou perto de você,ou quando os meus pensamentos insistem em irem te encontrar. Tenho medo porque nunca senti isso por ninguém, e quando eu tento recomeçar, você aparece e destrói todas as barreiras que eu construir meticulosamente, com o objetivo de te afastar. Por quê? Eu só quero saber se isso um dia vai acabar e...”  Quase me descontrolei,mas segurei minha língua,permitindo que ele me desse a resposta tão esperada.

“Desculpe” ele sussurrou. “Eu não sabia que você se importava tanto assim, mas acho que nós não damos mais certo.” Senti um frio na espinha, era tudo o que eu não queria ouvir. 






Continuação amanhã :)


Maria.

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