domingo, 30 de janeiro de 2011

Continuando... (Não é mais um amor de verão)

“Desculpe” ele sussurrou. “Eu não sabia que você se importava tanto assim, mas acho que nós não damos mais certo.” Senti um frio na espinha, era tudo o que eu não queria ouvir.
“Mentira.” Me senti tão aliviada ao ouvir o desmerecimento de suas antigas palavras. Ele falou com o tom de quem acabara de fazer uma boa piada. “Falei isso só para testar o sabor dessas palavras na minha boca.” Rimos com a sua mudança brusca de um tom doloroso, para cômico.
“Qual é o sabor?” Perguntei, imaginando a resposta.  “Doce.” Disse com um sorriso presunçoso dançando nos lábios. “Mas como você deve ter lembrado, eu detesto doce.” Falou sorrindo, um sorriso autêntico, há tempos que eu não o via sorrir assim, pelo menos para mim.  Idiota, como alguém assim, me faz ficar tão frágil, tão mole...
“Chega!! Acabaram as brincadeiras, temos que agir corretamente uma vez, pelo menos agora." Falei rápido demais, quase me arrependendo de ter começado com isso. "Acabou nunca daremos certo, já tentamos tantas vezes... e tudo que me restou foram lágrimas para chorar, fotografias para lembrar, e uma dor que a tempos eu tento curar. Desculpe,eu não posso mais.” As palavras saíram tão pesadas,e tão duras,que me senti esfacelar ao sair delas.
Surpreendendo-me ele sorriu torno, e levantou as nossas mãos. “Se tudo é assim, por que ainda me mantém acorrentado e a você, logo agora na hora do rompimento?” E então ele levantou as noças mãos ainda entrelaçadas,quebrando todo o meu discurso. Senti minhas bochechas corarem, e completei ainda mais firme. “Agora não é à hora do rompimento.”
“E quando é?” Perguntou ele, a voz uma oitava mais alta.
“E quem sabe? Eu não consigo, e você também nem tenta. E, por favor, não queira tentar. O fim não pode ser agora, eu mal consigo soltar a sua mão.” Comecei a rir,como se ainda fosse uma criança que brincava feliz,sem saber das dores que a vida pode trazer,me sentia feliz como se a brincadeira estivesse na melhor parte,e eu estivesse prestes a ganhar...
“Não se preocupe, não tentarei. Você não quer o fim agora, nem eu. Eu quero que a gente dure para sempre, mesmo que o para sempre, seja amanhã.” Ele me deu um sorriso tímido, ainda aguardando a minha resposta.
“E se o para sempre for mesmo amanhã? O que vamos fazer?” Eu sorri timidamente de volta.
“Vamos começar a viver intensamente cada singela gota dele, a partir de agora.” Segurei mais forte a sua mão, o que mais eu poderia dizer? Apenas sorri, abrindo ainda mais as portas do meu coração.
FIM
Maria.



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